As Tendências da Tecnologia CNC e o seu Impacto na
Competitividade Tecnológica
Tecnologia
ou Novas Tecnologias, saber ou conhecimento têm sido termos
repetidamente utilizados quando nos questionamos sobre o futuro do
sector metalúrgico e electromecânico. No passado, alguns colocavam a
necessidade de aquisição tecnológica como o factor chave para o sucesso,
em detrimento de aspectos de âmbito organizacional e do saber. Na
altura, casos reais de insucesso na implementação de novas tecnologias
vieram clarificar o pensamento e evidenciar o que hoje é opinião
unânime: sem uma aposta forte na gestão do conhecimento, não é possível
uma utilização eficaz das tecnologias e a nossa disposição e abertura
para a expansão e inovação tecnológica não se potencia.
O ritmo da
”mudança” a que assistimos abrange todos os sectores de actividade. O
comportamento e posicionamento perante a mudança é hoje factor crucial,
a abertura para a mudança organizacional, para mudança do
conhecimento e para a mudança tecnológica deverá ser uma
característica comum do indivíduo e naturalmente das empresas.
Talvez estas
primeiras palavras estejam a defraudar quem iniciou a leitura do artigo
na expectativa de uma abordagem eminentemente técnica; no entanto, pela
vocação de quem assumiu o risco de partilhar aqui algumas ideias e
reflexões, o artigo irá naturalmente focalizar a atenção na mudança
tecnológica e entrar em aspectos de maior detalhe relacionados com a
área da fabricação assistida por computador, em particular no que diz
respeito às tendências actuais e evolução das máquinas ferramentas com
CNC e sua implicação na organização global das empresas, em particular
na necessidade de gestão do “Know-how” por parte destas.
AS
PREOCUPAÇÕES DOMINANTES
Hoje as
questões ambientais, de segurança e ergonomia dominam o nosso dia a dia.
Os objectos que nos rodeiam estão cada vez mais adaptados à fisionomia
do corpo humano e são, como tal, de maior complexidade geométrica. O seu
ciclo de vida é cada vez menor, o “timing” para colocação no
mercado é cada vez mais curto, a concorrência é enorme. Como sobreviver
e competir no mercado global?
Estas
preocupações e algumas incertezas têm sido e continuam a ser amplamente
discutidas, e aqui surge a tecnologia não como a solução mas sim como
mais uma “ferramenta” que auxilia o homem no desenvolvimento das suas
tarefas.
A tecnologia
adapta-se diariamente, acompanhar a sua evolução é um desafio, a palavra
de ordem é a Inovação, mas
Será que
nos sabemos posicionar perante a Inovação?
É sempre um
risco falar de inovação: a tendência generalizada em invocar e associar
inovação a aspectos meramente tecnológicos, condiciona muitas vezes a
nossa capacidade de inovar. Mas, mais do que discutir o significado, é
importante questionar o nosso comportamento perante o que é supostamente
novo e inovador. Será que quando somos confrontados com novas abordagens
organizacionais, novos métodos de trabalho ou tecnologias ditas
inovadoras, aproveitamos para questionar o que fazemos e nos antecipamos
e preparamos para aquilo que poderá ser a inevitável “mudança”?
A Inovação
ainda é vista com algum distanciamento, ou porque achamos que não têm
directamente a ver com a nossa actividade ou porque a solução ou ideia
observada necessita de algum tempo de maturação e como tal sem
influência imediata no nosso dia a dia.
Em oposição,
acompanhar a inovação tecnológica leva-nos a questionar o que fazemos,
bem como, antecipa a inevitável mudança tecnológica, levando a empresa a
preparar-se atempadamente para a aquisição e recepção da tecnologia
adoptando no momento certo as necessárias mudanças organizacionais e do
conhecimento.
Vamos olhar
para dois casos que serão detalhados posteriormente:
A Alta
velocidade
Quando se começou a falar de alta velocidade (e lembra-se o período
de euforia que conduziu à realização de um sem número de eventos e
debates sobre a aplicação real deste novo conceito e que se traduziu na
ideia que a sua aplicação se restringia a industrias de ponta como a
automóvel, aeroespacial ou até mesmo dos moldes) levou a que muitos
observassem este conceito com alguma indiferença.
A alta
velocidade independente da sua maior ou menor aplicação num determinado
tipo de industria ou sector, deve ser vista como a necessidade que temos
em maquinar um determinado componente no menor tempo possível dentro dos
parâmetros de qualidade exigidos, e isso não é uma preocupação de
alguns, mas sim, de todos os que trabalham diariamente com máquinas
ferramenta com comando numérico.
Acompanhar
desde o início o conceito, significa, “provocar” definitivamente o
conhecimento real das tecnologias que temos “dentro de casa”, quais os
seus limites, até onde podemos ir nos avanços em trabalho, questionar se
estamos a utilizar as estratégias de maquinação mais adequadas, chegar à
conclusão que até consigo maquinar com avanços relativamente elevados
mas que para tal necessito de mais rotação, talvez leve a incorporar uma
cabeça de alta rotação como acessório, etc.
Na prática,
estou, por via da observação cuidada de uma Inovação Tecnológica, a
influenciar e aperfeiçoar os meus métodos de trabalho diários, bem como
a antecipar e a preparar a estrutura funcional da empresa para o dia em
que possivelmente a tecnologia inovadora seja adquirida e integrada na
empresa.
A
Maquinação a 5 eixos
Tal como a alta velocidade a maquinação a 5 eixos tem sido vista com
aplicação directa nas indústrias de ponta anteriormente referidas. Esta
solução de maquinação deve ser aproveitada para, entre outros aspectos,
questionar a forma como preparo e trabalho, as várias fases de aperto
até ter o componente maquinado, ou seja, para além da velocidade de
maquinação executar o componente no menor número de Setup´s é
também objectivo.
Se
acompanharmos o processo evolutivo das máquinas ferramenta verifica-se
que a maquinação a 5 eixos, não tem tido ao longo dos anos a aceitação
que muitos previam, mas, começa agora a generalizar-se. O distanciamento
com que eu possa ter acompanhado esta tendência poderá querer dizer que
ainda hoje não estou preparado para a sua possível aquisição, não
antecipei a mudança organizacional, não preparei os recursos humanos
para a integração e utilização do novo equipamento, em suma, perdi tempo
que pode não ser recuperável.
A evolução
tecnológica faz-se naturalmente de avanços mas também às vezes de
recuos, algumas soluções de cariz inovador são descontinuadas ao longo
do tempo o que leva à redefinição de algumas estratégias de
desenvolvimento, mas
Qual o rumo que podemos observar da evolução tecnológica?
A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
Ao nível das
máquinas ferramenta com comando numérico, a evolução que se regista nas
duas últimas décadas tem sido estimulada por um objectivo comum:
maquinar os componentes no menor tempo possível dentro dos parâmetros de
qualidade definidos. As empresas utilizadoras deste tipo de tecnologia
são na prática o motor do desenvolvimento tecnológico e têm nos
fabricantes dos equipamentos o receptor das suas necessidades que se
traduz em novas e inovadoras soluções tecnológicas caracterizadas pela
agilidade, flexibilidade, autonomia, fiabilidade, rapidez e qualidade.
Na prática,
estas soluções tecnológicas têm duas grandes linhas de desenvolvimento:
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Velocidades em maquinação mais elevadas. |
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Redução dos designados “tempos não produtivos” que podem ainda
dividir-se em:
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Directamente associados às características gerais
da máquina. Tempos de mudança de ferramenta, movimentos
rápidos de posicionamento, etc. |
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Directamente associados ao “Setup”, que podem
ou não estar dependentes da intervenção humana.
Acerto de ferramentas, montagem e alinhamento do sistema
de aperto / peça, viragem de peça, etc. |
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EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA CNC

A grande
questão que hoje se coloca (quando somos confrontados pelos fabricantes
com o lançamento no mercado de tecnologias que incorporam soluções
técnicas mais evoluídas ou inovadoras, ou seja, tecnologias de
performance superior) é o tempo que levamos até as compreender, aceitar
e implementar no nosso dia a dia com o intuito de rentabilizar e
optimizar as tarefas que executamos.
Se é verdade
que toda e qualquer solução inovadora passa pelo processo de lançamento
no mercado, compreensão, maturação e validação por parte do cliente, não
é menos verdade que este ciclo que conduz à aquisição tecnológica é, em
termos temporais, cada vez mais curto, o que implica que as empresas
tenham que ter uma postura cada vez mais pró-activa em relação à
inovação.
Se
observar-mos com mais atenção o comportamento das empresas, em
particular as pequenas/médias empresas, no que diz respeito à absorção
de novas soluções tecnológicas, verificamos que:
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As
soluções que visam a redução dos tempos não produtivos, como
seja, tempos de mudança de ferramenta, acertos de ferramentas,
movimentos rápidos e outros, têm sido ao longo dos anos
facilmente absorvidos e implementados por parte das empresas.
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As
soluções que visam a redução dos tempos não produtivos
associados ao “Setup”, em particular à montagem e
alinhamento do sistema de aperto e peça, não têm sido tão
facilmente absorvidas e implementadas por parte das empresas. Se
por um lado, a lenta adopção de soluções desta natureza não
deixa de causar alguma estranheza, por outro a vertente
económica tem condicionado bastante a sua aplicação, pois na
prática passa pela incorporação de mais eixos sobre os
equipamentos o que encarece substancialmente os mesmos. |
Mas vamos
particularizar e olhar com maior detalhe para a máquina com maior
implementação a nível mundial, o Centro de Maquinação Vertical a 3
eixos, que implica a maquinação de um componente com vários planos de
maquinação que obrigam a outros tantos posicionamentos:
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Tempos
de “setup” elevados (máquina parada), em alguns casos superiores
aos tempos de maquinação. |
 |
Maior
imprecisão no produto final. |
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Necessidade de projectar sistemas de aperto especiais com o
inerente aumento de custos. |
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Menor
autonomia na maquinação tendo em conta a necessária presença do
operador para a viragem da peça. |
Naturalmente,
a tendência na observação da evolução tecnológica vai, em muito casos,
para os aspectos que mais facilmente chamam a nossa atenção e
curiosidade, pois são os que tem maior impacto visual: quem pode ficar
indiferente a máquinas com trocas de ferramenta de 0.5 segundos, ou com
avanços em trabalho na ordem dos 20000 mm/min. Estas são seguramente
características que hoje e no futuro serão importantes na redução dos
tempos de maquinação.
E os Tempos
de SETUP? Porque razão, ao longo dos últimos anos, o processo
de adesão e adopção por parte das empresas de soluções que diminuem
drasticamente as operações e os tempos de Setup, e estamos
naturalmente a falar da maquinação a 5 eixos contínuos ou o usual 3+2,
tem sido menos rápido do que o esperado?
Existem várias
razões, das quais se destaca:
 |
O
elevado custo dos equipamentos. |
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A
elevada complexidade tanto na programação como na operação. |
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A
pouca fiabilidade e capacidade de resposta dos sistemas de
programação automáticos (CAM) à maquinação a 5 eixos com
problemas diversos ao nível do pós-processamento. |
Mas, factores
recentes têm vindo a originar uma gradual aceitação de outro tipo de
máquinas e hoje, a cada vez maior implementação das máquinas a 5 eixos,
que muitos consideram inevitável, deriva essencialmente de:
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Os
avanços tecnológicos ao nível da arquitectura e design dos
equipa-mentos a par de um abaixamento dos custos, começam a
cativar as empresas para a maquinação a 5 eixos.
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A
programação continua a ser bastante complexa, mas os sistemas
CAM começam a dar imagem de maior fiabilidade transmitindo por
isso segurança ao utilizador final.
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O
avanço que se regista ao nível dos softwares de simulação do
processo maquinação, que vai para além da simples simulação do
percurso da ferramenta.
|
 |
O
mercado global, onde a concorrência dos países asiáticos, com
particular ênfase para a nação que gera cada vez maior
preocupação, a China, está a “forçar” a implementação de outro
tipo de soluções tecnológicas. |
Mas, na
prática, que soluções tecnológicas disponibiliza o mercado fornecedor de
máquinas ferramentas?
Diversas
arquitecturas de máquinas tem vindo a originar a rotura com o
tradicional Centro Maquinação Vertical a 3 eixos ou o Centro de
Torneamento a 2 eixos, com destaque para:
Máquinas de
cinco eixos
Diferentes configurações estão disponíveis no mercado, orientadas
essencialmente para dois tipos de maquinação:
-
O
posicionamento da peça em diferentes planos de maquinação e/ou a
colocação da ferramenta em diversos ângulos e posterior maquinação a
3 eixos num só setup.
-
A
maquinação a 5 eixos contínuos de superfícies complexa num só único
setup.
Diversas
vantagens resultam da aplicação deste tipo de tecnologia:
-
Redução do
número de apertos.
-
Redução do
número e tipo de acessórios, como por exemplo sistemas de aperto
específicos, que, para além de diminuir custos melhora a gestão do
espaço oficinal.
-
Redução da
intervenção humana ao nível da operação, diminuindo a hipótese de
erro.
-
Redução
acentuada dos tempos de “setup”.
-
Facilita a
maquinação de peças complexas, quer seja devido à geometria quer
seja devido ao número de apertos.
-
Posicionamento rápido nas várias posições de aperto.
Máquinas
Multi-Tarefa
A máquina multi-tarefas tornou-se num dos conceitos que mais rapidamente
cresceu e se desenvolveu nos últimos anos. Na prática, o objectivo é
tornear, fresar, furar, roscar, mandrilar e acabar um componente num só
aperto, ou seja, é a combinação de vários processos de maquinação numa
só máquina quando tradicionalmente se processava em várias máquinas,
tornando a maquinação mais eficiente e globalmente mais competitiva em
termos de custos. Poderemos considerar dois grandes conceitos:
Máquinas
Híbridas
Desenvolvidas a partir dos conceitos torno e fresa, onde a fronteira
entre cada um dos processos deixa de ser visível.
Centros de
Torneamento
A partir do modelo standard, a evolução tecnológica tem provocado
sucessivas alterações nos centros de torneamento até transformar este
tipo de máquinas em multi-tarefas com a incorporação de eixos
adicionais. Tudo começou há já bastantes anos com a introdução das
ferramentas motorizadas a par do eixo rotativo C na spindle e
hoje é possível observar a combinação de diversos movimentos, como por
exemplo o eixo “y”, o eixo rotativo na torreta, duas spindles,
duas torretas, etc.

Várias
vantagens resultam da aplicação deste tipo de arquitectura:
-
Evita os
múltiplos Setup e a manipulação.
-
Reduz o
fluxo de materiais pela oficina.
-
Evita os
stocks intermédios.
-
Reduz os
tempos globais de maquinação.
-
Melhora a
precisão do produto acabado
Este tipo de
máquinas vai continuar a evoluir e a ganhar espaço a outros equipamentos
como é o caso dos Centro Maquinação Verticais a 3 eixos lineares. A
descontinuidade do C. Maquinação Vertical a 3 eixos lineares começa a
sentir-se, mas anunciar o seu desaparecimento é prematuro e arriscado,
até porque as soluções que o mercado disponibiliza são cada vez mais
influenciadas pelas soluções tecnológicas anteriormente referidas, e
como tal, os C.M Verticais apresentam hoje melhorias que em alguns
casos, aumentam significativamente os índices de produtividade,
destacando-se:
 |
Velocidades de rotação standard entre as 12.000 e 18.000 rpm
podendo em alguns casos ir até às 25.000rpm. |
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Integração do 4º e 5º na cabeça ou na mesa possibilitando a
maquinação a 5 eixos contínuos ou 3+2. |
 |
Sistemas de paletização. |
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Incorporação de motores lineares de alta velocidade. |
 |
“Probing”
para inspecção e Setup. |
 |
Sistemas laser para controlo e inspecção das ferramentas de
corte. |
A maior
complexidade dos equipamentos e as diferentes configurações que o mesmo
pode tomar exigem um estudo prévio e cuidado antes da tomada da decisão.
Se o caminho a seguir for a sua implementação, então, deverá existir um
período de preparação interna para a recepção da tecnologia. Mas
Que consequências e quais os factores críticos na implementação deste
tipo de soluções?
AS CONSEQUÊNCIAS
Para além das
vantagens anteriormente apresentadas, este tipo de soluções tecnológicas
apresenta uma maior complexidade ao nível da operação e programação e,
como tal, uma das consequências da sua implementação é o maior grau de
especialização da mão-de-obra que resulta essencialmente de:
 |
Uma
preparação de trabalho mais complexa e especializada. |
 |
O
maior número de graus de liberdade do equipamento exige ao nível
da operação e programação uma maior capacidade de percepção e
orientação no espaço. |
 |
A
utilização obrigatória de um sistema CAM de maior complexidade
operativa. |

Por outro
lado, a complexidade do processo já amplamente referida, onde a
probabilidade de existir colisão é maior, exige para além da simulação
do percurso da ferramenta, a simulação virtual da maquinação com a
representação tridimensional dos sistemas de aperto / fixação, das
ferramentas / suportes e da própria arquitectura da máquina.
Neste ponto em
particular, verifica-se que o mercado se está a adaptar a esta nova
realidade com um número crescente de empresas especialistas em softwares
de simulação. Também aqui se nota uma melhor resposta dos sistemas CAM,
que no âmbito da simulação dispõem de bases de dados internas com os
principais modelos de máquinas, o que possibilita e aproxima a simulação
virtual ao cenário real.
A tecnologia e
a sua evolução têm tido nota de particular destaque nas considerações e
reflexões até agora realizadas. Talvez seja este o momento para voltar à
nota introdutória e dar novamente ênfase ao saber/conhecimento. Há
décadas que se reconhece que o sucesso está dependente do
“investi-mento” feito nas pessoas, na gestão do Know-How. Mas
reconhecendo a especificidade do sector e a crescente complexidade das
tecnologias como poderão as empresas.
Gerir e fixar o seu Know-How?
O KNOW-HOW
A base do
sucesso está no conhecimento. O sector onde estamos inseridos requer
cada vez mais técnicos que, para além de uma sólida formação de base,
tenham a capacidade de gerir o seu próprio Know-How, pois hoje é factor
determinante que o individuo se preocupe em aperfeiçoar e solidificar os
seus conhecimentos, deixando este aspecto de ser uma questão única da
empresa.
Mas para além
da aquisição de conhecimento por via da formação, esta área tem a
particularidade de muito do Know-how ser adquirido e fortalecido por via
do desenvolvimento e execução das actividades diárias. Hoje cada
componente ou peça é um caso, novas variáveis surgem diariamente
provocando a utilização de novas estratégias de maquinação, novas
ferramentas de corte, novos sistemas de aperto, etc.
A preocupação
de fixação do Know-How, que na prática está fortemente concentrado no
indivíduo, realça a importância de procedimentos internos que conduzam a
criação automática e permanente do histórico.
Não perder de
momento para o outro um “Know-how” acumulado ao longo de anos e
continuar a ser “proprietário” do mesmo, obriga hoje a um esforço
importante por parte da empresas e aqui entra novamente a tecnologia
como uma “ferramenta” de suporte, neste caso ao nível da gestão do
conhecimento. Emerge o conceito
KBM (Knowlegde-Based
Machining)
Na prática,
estamos na presença de bases de dados de conhecimento, alimentadas e
actualizadas a partir do trabalho prático efectuado sobre as
tecnologias. Hoje, tanto os sistemas CAM como os próprios controladores
CNC permitem o armazenamento de estratégias de maquinação (configuradas
em termos dos movimentos específicos da ferramenta, profundidades de
corte, entradas e saídas do material, etc.) que podem ser associadas à
execução de um qualquer componente.
NOTAS FINAIS
Para
finalizar, reforçar que as ideias e reflexões aqui partilhadas tem um
carácter generalista e que cada caso é um caso que deve ser analisado e
trabalhado como tal. Deixar ainda como notas finais:
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Ter a
capacidade de acompanhar a Inovação Tecnológica é a forma de
antecipar e preparar a mudança. |
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A
máquina ou a tecnologia “perfeita” é aquela que responde às
nossas necessidades. O ponto-chave é identificar as
necessidades. |
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Não
podemos olhar só para aquilo que fazemos hoje: ter a capacidade
de resposta para amanhã poder aceitar e mudar o tipo de produção
começa a ser factor de distinção, a tecnologia multi-eixos onde
se inclui a maquinação a 5 eixos começa a ter um papel de
destaque. |
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A
gestão do conhecimento é crucial e deve ser feita:
 |
Na óptica da utilização e rentabilização das tecnologias
existentes |
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Na óptica da implementação futura de outras tecnologias,
sabendo que só partimos para o investimento quando temos
algumas certezas quanto ao futuro da tecnologia e quando
sentimos Know-How suficiente sobre a mesma. |
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